A cada 100 empresas familiares apenas 13 chegam a terceira geração, pesquisa realizada pelo Instituto de La Empresa Familiar de Barcelona, Espanha. Vários são os motivos apontados para este fato, dentre eles a ausência de objetivos comuns, pouca harmonia familiar, maturidade do negócio e situação financeira.
Uma segunda pesquisa de relevância, realizada pela PwC com 2802 líderes executivos de empresas familiares em 50 países incluindo o Brasil entre maio e agosto de 2016, revela que das empresas brasileiras, apenas 19% tem um Plano de Sucessão Estruturado (15% no mundo), um Plano de Continuidade, como prefiro chamar.
A ausência deste Planejamento, tanto da família quanto do negócio é uma receita certa para contribuir com o desastroso número de apenas 13% de sobreviventes ao longo de apenas 3 gerações e míseros 3% passam para a quarta geração. Com este insucesso enterram-se sonhos, projetos de empreendedores arrojados, legado social e financeiro e principalmente jovens potenciais.
As vezes vender o negócio é uma escolha consciente e um sinal de sucesso. Da mesma forma não sobreviver a transição da liderança, que é o que realmente diz respeito a Sucessão Familiar, indica que a Família falhou na realização das suas ambições e sonhos de longo prazo.
O Modelo dos 3 Círculos, Família, Propriedade e Gestão, desenvolvido pelo professor John Davis da Harvard University organiza a coexistência e a interdependência as quais as empresas familiares existem. A partir desta compreensão é possível tomar ações na direção da construção de um futuro que possa encontrar uma maneira de conciliar questões pessoais e profissionais, individuais e coletivas. O equilíbrio entre o bolso, coração e poder.
O Planejamento da Família é o ponto de partida, o caminho para a busca de respostas a perguntas que ajudarão a aumentar as chances de negócios ultrapassarem gerações e famílias se manterem coesas. Perguntas como: A família compartilha uma visão de futuro, possui objetivos comuns? É de claro entendimento quem será(ão) o (os) donos dos ativos e/ou negócios no futuro? A família tem determinado como as decisões serão tomadas pelos futuros donos? Estas e várias outras indagações requerem reflexão e posteriormente ação.
Planejamento, Comunicação e um robusto conjunto de combinados, além de Governança são itens imprescindíveis, ou deveriam ser, da prioridade de todos aqueles que fazem parte de uma empresa familiar. A Governança auxilia na melhor definição de papéis, regras e processos e seus pilares transparência, equidade, prestação de contas e responsabilidade empresarial sustentam a necessária profissionalização dos negócios e da por que não também dizer da família.
Você e sua família tem pensado sobre isto? Atenção para não cair na estratégia “não fazer nada” ou como é chamada por alguns na linguagem popular, a estratégia Zeca Pagodinho, “deixa a vida me levar”. Planejando com antecedência suas chances de estar fora da estatística acima aumentam muito.
Já pensou sobre isto?
Para herdar tem que se preparar.